Somos acostumados a admirar pessoas talentosas e a pressupor que elas tem algo que é diferente das demais, algo que as tornam únicas e excepcionais. Pensamos que são um pequeno grupo de pessoas que tem um dom distinto. Isso pode ser verdadeiro, no entanto, existem causas contextuais que permitem que uma pessoa talentosa utilize seu talento. Por exemplo, um excelente chefe de cozinha dificilmente se destacará se não tiver acesso a uma cozinha ou se tiver poucos ingredientes ao seu alcance. Portanto quando perguntamos, “Qual foi a causa das ações talentosas de certa pessoa?”. Estamos perguntando sobre seus processos mentais relacionadas com uma história e contexto especifico. Para entender isso vamos utilizar as causas antecedentes ou precipitantes as quais foram ditas pelo filósofo grego Aristóteles. Para ele tais causas são um conjunto de ações e decisões passadas que constroem um momento atual, por meio de uma seção de eventos relacionando-se em causa e efeito.
Podemos imaginar muitas pessoas talentosas e identificar pelo menos parte de seu talento as causas antecedentes. Donald Trump é um exemplo. Ele sempre desejou ficar na classe dos bilionários e fez grandes esforços para isso. Neste contexto ao qual ele se manteve por décadas criou condições para que ele alcança-se o nível ao qual alcançou, uma sucessão de eventos causais. Outro exemplo desta vez fora do foco em investimentos é o neuropsiquiatra austríaco Victor Frankl. Mundialmente conhecido Frakl criou a Logoterapia, uma abordagem psicoterapêutica reconhecida mundialmente. Recebeu vinte e nove títulos de doutor honoris causa. No entanto o brilhantismo de Victor Frankl surgiu nos campos de concentração nazistas onde ele era um dos prisioneiros. Lá ele perderá sua esposa, irmão e os pais. Em tais condições de horror a sequência de acontecimentos trágicos fez surgir uma consciência superior em Frankl, ele passou a sentir uma liberdade em nível espiritual. Com isso sua saúde mental ficou inabalável e ele passou a ser conselheiro inclusive dos guardas dos campos de concentração.
Além das causas antecedentes podemos citar as causas coercitivas que incluem relacionamentos atuais, pressuposições e condições limítrofes. Para a expressão do talento precisamos ter condições apropriadas que envolvem a pessoa no momento em que sua genialidade é expressa. O contexto acolhe uma determinada habilidade talentosa. Na ausência de certo contexto a habilidade não surge. É como pensar em como seria a habilidade de Pelé sem nunca ter entrado em um campo de futebol. Os contextos estimulam a habilidade.
Podemos concluir que existem muitas pessoas talentosas mas que ainda não estiveram em contato com o contexto necessário. Para você utilizar seu talento procure imaginar-se em diferentes contextos e fique atento aos sentimentos que surgem. Você pode usar perguntas para isso. Pergunte-se:
- “O que eu faria se não pudesse errar?”
- “Como investiria se soubesse que a qualidade de vida dos meus familiares dependem de mim?”
- “Como investiria se não tivesse medo de errar?”
- “Como faria meus investimentos se soubesse que era uma pessoa genial?”
- E assim por diante. Desafie-se!
De qualquer forma imaginar-se em diferentes contextos pode ser enriquecedor. É muito comum termos o foco nos processos de pensamento achando que o talento esta de alguma forma no emaranhado de processos mentais de alguém. Mude esse olhar de dentro para fora, note quais os contextos surgem os talentos. Talvez seu talento só esteja esperanto, o contexto certo no momento certo.
Por enquanto é isto, até a próxima!